No vocabulário das agências de turismo, ir a um show do grupo ATAJO não seria exatamente uma “atração obrigatória” para os que visitam La Paz-Bolívia. Porém o programa vale a pena para quem quiser conhecer mais o país para além dos passeios guiados e dos grupos bolivianos que tocam suas “flautinhas” mundo afora. Saibam um pouco mais sobre esse show presenciado por dois viajantes bárbaros em sua passagem pela Bolívia.
Do estereótipo à diversidade
O Atajo foi fundado em 1996 como um grupo de blues com letras de protesto, mas, desde então, seu som ganhou complexidade e variedade sem perder sua atuação política, que inclui até a participação na campanha de Evo Morales à presidência. Hoje, quem vai ao show do Atajo tem praticamente um panorama da atual cena musical boliviana e de algumas demandas sociais desse povo.
Na mesma noite em que se ouvem ritmos tradicionais bolivianos como Morenada, Hayño, Saya e Tonada, também há espaço para sons importados como o blues, o rock, o reggae, a música rancheira mexicana e a copla argentina. Tudo com um ar meio “cult”, mas sem excessos, já que a banda não ignora o ritmo mais ouvido pelas classes humildes do país e desprezado pelos “intelectuais”: a cumbia.
Tanta versatilidade pode levar o internauta a pensar que estamos falando de uma espécie de banda de baile, mas não se trata disso: esse repertório tão variado (de Calcinha Preta à Arrigo Barnabé numa analogia improvisada com o Brasil) é autoral em sua maior parte, com dois ou três covers por show.
Descobertas e decepções
Quem estiver passeando pelo país e for a algum show terá uma amostra bem “honesta” da Bolívia, mas sem uma única nota executada com as famigeradas flautas andinas. Não que elas sejam de mal gosto, mas já estão “obviamente acessíveis” a qualquer visitante.
A seguir o clipe da canção “Que la DEA no me vea”, que fala sobre a cultura da coca na Bolivia e se posiciona contra qualquer interesse estadunidense pela erradicação dessa folha e dessa tradição:
Acesse o site da banda.