segunda-feira, 30 de abril de 2012

Itamar Assumpção, o independente [Gislene Portilho] #1





Itamar Assumpção foi um grande artista brasileiro. Cantor, compositor, instrumentista, arranjador e produtor musical marcado por seu talento e excentricidade, produziu quase a totalidade de seus discos de forma independente.
Entre os anos 1970-1980, tornou-se referência da Vanguarda Paulistana junto com outros artistas importantes como Arrigo Barnabé, Tetê Espíndola e Ná Ozzetti. Na Vanguarda, desafiou os formatos tradicionais de canção, injetando atonalismo e experimentalismo na música popular, chocando acadêmicos e  boa parte do público que se espantava com suas letras e performances no palco.
O artista gravou discos considerados antológicos como "Beleléu", "Às Próprias Custas S/A" e "Sampa Midnight". Ao longo de sua carreira estabeleceu fecundas parcerias com Arrigo Barnabé, Naná Vasconcelos, Luiz Tatit, Jards Macalé, Paulo Leminski, Alice Ruiz, dentre outros.
O termo independente sempre associado a Itamar Assumpção não se referia somente ao fato de ele ter conduzido todo processo de gravação, distribuição e divulgação de seus discos como também se referia a uma postura estética que não seguia padrões do mercado fonográfico. Por sua atitude desafiadora, intransigente e intempestiva e a sua não associação a nenhuma gravadora era chamado por parte da imprensa como maldito e marginal. Recusava estes adjetivos com frequência, sempre dizia em seus shows “não sou marginal, sou um artista popular brasileiro”. 
E foi, sem dúvida, dos grandes. Deixou 12 discos gravados e uma história musical impressionante.



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