Nesse início da pesquisa as
principais descobertas a cerca do produto se deram ao assistir o documentário que é o objeto do projeto. Lixo Extraordinário (2010) trata da obra do artista Vik
Muniz, que tinha como propósito utilizar o lixo como material para
sua arte, contando com o envolvimento dos catadores que trabalhavam no aterro
sanitário do Jardim Gramacho, periferia do Rio de Janeiro.
Aparentemente, Lixo Extraordinário
mostra-se como um filme bem-intencionado e socialmente responsável. Mas cenas do
documentário permitem de certa forma enxergar fatos externos que alteraram a
essência da situação.
Observando bem os diálogos e o
comportamento dos personagens, nota-se certa interferência. Os entrevistados se
mostram aparentemente tímidos, desconcertados na presença das câmeras e da
equipe, as respostas são induzidas pelo artista e produtores de modo que sirvam
para endossar o forte apelo social. A espontaneidade, bem trabalhada no
documentário “Boca do Lixo” de Eduardo Coutinho, se compromete. Outro ponto é
que Vik Muniz, com o projeto de transferir alguns catadores para uma realidade
diferente à deles, cria em cada um, uma expectativa e felicidade de acaba
frustrando e contrastando com realidade de sentimentos negativos e
comportamento pessimista que existe em um lixão.
A realidade social é de fato
mostrada, mas as falas e abordagens levam a um questionamento a cerca da
naturalidade dos personagens e consequentemente do documentário em geral.
Trailer Oficial de Lixo Extraordinário:
Você é bastante assertivo com suas afirmações a respeito da interferência do processo de produção do documentário na realidade. Veja se nos próximos posts dá para colocar alguns exemplos. Alguns extratos do filme, diálogos que mostrem isso.
ResponderExcluirTambém senti falta de exemplos para ilustrar seus pontos de vista, mas achei muito bacana o seu olhar crítico sobre a obra!
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