"Não foi difícil descifrar as inscrições, todas estavam em latim; foram encontradas mais de 1500 nos muros e paredes da cidade: propaganda eleitoral, inscrições deixadas por namorados, deveres escolares, anúncios de combates de gladiadores, etc."
(BELLECHASSE, Andre. Herculano e Pompéia)
Para se entender a história da Pompéia, é necessário primeiramente conhecer o seu fim. No dia 24 de Agosto de 79, entrou em erupção o Vesúvio, vulcão responsável pelo solo fértil da região. Em poucas horas houve chuva de pedras e se alastrava uma poeira vulcânica acima da cidade. Muitas pessoas morreram soterradas ou por asfixia, e poucos conseguiram fugir. Os habitantes que ali permaneceram jazem agora como fósseis humanos, com expressões de terror em seus rostos.
Grande parte das ruínas da cidade se mantém graças ao investimento do governo italiano em escavações e restaurações, principalmente no período do Fascismo. Houve também grande incentivo às pesquisas históricas sobre essa civilização, mas, até a contemporaneidade, pouco se conhece sobre o seu nascimento. Os principais relatos deste povo se devem à fase do domínio romano.
Por muito tempo a Pompéia foi vista como exemplo de cidade de alta erudição, imagem bastante promovida também durante o Estado Fascista. Porém, resquícios documentais, como as inscrições que sobreviveram nos muros, denunciam grande manifestação urbana e popular, alheia à corrente erudita.
Pompeianos simples e pouco escolarizados frequentavam teatros, restaurantes e bares. Como Paulo Funari explicita em "Cultura Popular na Antiguidade Clássica", as principais preocupações da massa se referiam a assuntos cotidianos e banais, como trabalho, esportes e sexo, mesmo havendo algum interesse em temas políticos. O grafite era legalizado e feito por cidadãos e até escravos com o graphium, ponta barata que riscava a parede. Os dealbatores eram responsáveis pela limpeza dos muros para novas inscrições. Dessa maneira, a população, desde sua classe mais baixa, desenvolvia nos muros da Pompéia um meio de expressão popular e veículo comunicacional.
Oi, Leonardo! Interessante esse tema que você escolheu, bem diferente dos demais! Fiquei curiosa por saber de onde você tirou essa imagem. Só uma observação: no vídeo que você postou, consta que o Vesúvio entrou em erupção no século 19. Mas você cita os anos setenta... Fiquei na dúvida. Bom trabalho!
ResponderExcluirOlá Cristiane.
ExcluirA ilustração desta postagem foi produzida por mim. Quando digo que o Vesúvio entrou em erupção em 79, eu me refiro ao ano 79 depois de Cristo, em momento datado na Antiguidade, e não ao ano de 1979. O vídeo é apenas uma gravação amadora dos corpos petrificados, não se comprometendo como fonte informativa. Estarei disponível para o esclarecimento de qualquer outra dúvida.
Ok, Lucas. O ideal é que o post mesmo não deixe dúvidas, mas se eu tiver alguma pergunta, vou fazer aqui nos comentários, ok?! Sugestão: ponha legenda nas ilustrações que utilizar, assim facilita! Abraço e bom trabalho para você!
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