segunda-feira, 28 de maio de 2012

As mostras e festivais de cinema em Belo Horizonte e sua importância social [Luísa Teixeira de Paula] #3

No último post acompanhamos as transformações sofridas pelos cinemas de Belo Horizonte ao longo do tempo, desde sua década de ouro nos anos 30, passando pelo declínio nos anos 80 e 90 e chegando, enfim, às iniciativas de reforma e revitalização que fazem parte do cotidiano da cidade. Mais do que isso, o cinema na capital mineira atualmente é marcado pelas mostras e festivais que acontecem o ano inteiro e têm público alvo variado, ainda que não sejam amplamente divulgados. Seu principal trunfo é reunir, num mesmo espaço, críticos de cinema, espectadores, atores, diretores e produtores, gerando assim, novas interpretações acerca de temáticas variadas retratadas nos filmes, que vão de assuntos corriqueiros à uma realidade distante e desconfortável.

O Cine Humberto Mauro é um dos principais responsáveis pelo fenômeno, apresentando ao público, por mês, três sessões fixas: História Permanente do Cinema, às quintas-feiras, Estéticas do Contemporâneo, uma vez por mês, e Curta Circuito, programa de exibição de vídeos e curtas, às segundas-feiras; além de mostras sazonais,como a INDIE - Mostra de Cinema Mundial. 

Ainda que algumas mostras já tenha sido realizadas, como a “Luís Buñuel, O Fantasma da Liberdade”, que aconteceu entre março e abril, os mais importantes festivais da cidade acontecem entre os meses de setembro e novembro, como o 14º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, o FORUMDOC.BH e a 6ª Mostra CineBh, que  já têm data marcada para sua edição 2012, e prometem dedicar-se à difusão e ao intercâmbio de produções audiovisuais nacionais e internacionais, estimular a reflexão sobre os curtas e longas exibidos e a formação de educação de novos públicos e profissionais para o cinema brasileiro. Além disso, o Cinema pela Verdade, presente em mais de 80 universidades de todo o país, se propõe a exibir filmes e organizar debates acerca da ditadura militar no Brasil, de hoje ao dia 14 de junho, na UNA, PUC (Barreiro e São Gabriel) e UFMG.


Durante esta quinzena, a exibição do  curta “Uma Estrela para Ioiô” e do longa “Meu Nome é Dindi”, ambos de Bruno Safadi, no dia 21, dentro do projeto Curta Circuito , contou com a presença do diretor em um debate com a plateia. Também no Humberto Mauro, a mostra “O crime tem seu encanto II”, trouxe clássicos de Stanley Kubrick, Martin Scorsese, Quentin Tarantino, dentre outros, entre os dias 21 e 25. Mas foi o lançamento do documentário Metrópoles, de Bellini de Andrade, no sábado 26, que mais trouxe bagagem a este projeto, ao propor uma reflexão acerca do resgate da memória, baseando-se na história dos cinemas de rua de Belo Horizonte e percorrendo os mesmos caminhos propostos no post anterior, com uma carga emocional infinitamente maior. Nunca vi tanta gente reunida no Cine Belas Artes, nem um diretor tão perto de sua platéia. Me emocionei.   


*Confira a programação de festivais e mostras de cinema de Belo Horizonte em 2012 aqui


Nenhum comentário:

Postar um comentário