quinta-feira, 31 de maio de 2012

Tarantinando [Iara Costa] #3



Hoje falaremos um pouco sobre o filme Cães de Aluguel (Reservoir Dogs). Uma das razões pelo filme ter ficado tão famoso é a incrível cena que demonstra a frieza de um personagem ao cortar a orelha de outro, tido como traidor. A cena, muito bem feita, com uma excelente trilha sonora e uma impecável atuação de Michael Madsen, marcou o filme como uma das melhores obras do Tarantino. A ultraviolência é marca do diretor, que não tem medo de exagerar no sangue, beirando o limite entre o cult e o trash. Esse exagero é muito visto em filmes dos anos 60/70, principalmente nos de ação e artes marciais. Esse último gênero é uma das grandes influencias do diretor, que deixa claro sua paixão pelos filmes orientais. O traje dos personagens de Cães é uma homenagem ao filme de John Woo (“A Better Tomorrow”). Outros filmes dele exploram essa estética; o mais famoso com certeza é kill Bill, que falaremos mais a fundo num próximo post. Em ‘Cães’, além dos filmes orientais, Tarantino faz referências à Nouvelle Vague, à cultura pop americana e inclusive linka personagens de outros filmes seus à história.


Quer ver só? Pois bem: o personagem Mr. Blonde é irmão do personagem Vincent Vega (John Travolta), de Pulp Fiction. Há uma cena em que o personagem cita o irmão, que só aparecerá nas telas do cinema em 1994, dois anos depois de ‘Cães’. Isso mostra como Tarantino cria essas ligações propositalmente, conectando seus filmes.
Já na primeira cena da película, os personagens discutem largamente sobre a canção Like a Virgin, da Madonna, questionando o real sentido da música. (aliás, um diálogo engraçadíssimo, reforçando a estética ‘tarantinesca’ de personagens verborrágicos).
Percebemos também que a história não é contada de forma linear, e é dividida em capítulos como em vários filmes do diretor.
Mais uma vez, terceiros se inspiraram no diretor, e foi criado um jogo para PC de Reservoir Dogs. O game, que não tem ligação com o Quentin, não foi muito bem recebido pela crítica, ironicamente pelo teor violento e cruel. 

Talvez a censura esqueceu que é exatamente isso que caracteriza o filme. 
Como não poderia deixar de ser, posto uma das melhores cenas do filme, que aviso, é spoiler e recomendo  só ser visto por quem já conhece o filme.




Um comentário:

  1. Aí está ela... "a cena"... acho que o Tarantino nunca superará essa.

    só uma coisa, não se esqueça de citar as fontes que você consulta.

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