segunda-feira, 28 de maio de 2012

A Revista da Gatinha [Ana Luiza Pio] #3

A partir de 1985, a revista Capricho passa por modificações em seu público alvo, passando a ter um público mais novo e mais restrito: em 1985, foi definido de 15 a 22 anos e em 1989, de 12 a 19, distando um pouco de seu público anterior, que era de 15 a 29 anos. Nessa época foi adotado o slogan de “revista da gatinha”, que serve para integrar esse novo público alvo.  



É engraçado notar que apesar da revista trazer uma redução da faixa etária de seu público, a sexualidade continua como um assunto de forte interesse e manifesta até mesmo uma ampliação de abordagem, lidando com aspectos mais pontuais da vida sexual, como as DSTs (a AIDS, nessa capa específica) e a necessidade do uso da camisinha.



A revista passa a publicar reportagens que se propõem a esclarecer dúvidas e a lidar com as consequências da vida sexual ativa, fugindo do questionamento a respeito do seu início.








Na entrevista à direita, feita com Rodrigo Santoro e Luana Piovani, por exemplo, pode-se ver que são abordados (ainda que rasamente) de liberdade no âmbito de relacionamentos, falando sobre a menina tomar a iniciativa e perguntando sobre lugares em que o casal já fez sexo, ainda que não obtendo resposta direta nessa segunda questão. 
















Nessa época a Capricho passa a esboçar essencialmente o formato que segue até os dias de hoje, direcionando as matérias para o público adolescente e focando na abordagem e proposta de solução de suas “neuras”. A aproximação da faixa etária é clara no uso da linguagem e adoção do slogan, que mostram a prevalescência do coloquialismo. Apesar dessa “simplificação” da abordagem, é possível observar que a revista se propõe a introduzir temas de reflexão às leitoras, também abordando temas como auto estima no relacionamento e estupro.

Um comentário: