Um caipira escrito
por Monteiro Lobato em 1918 e outro vivido por Mazzaropi em 1959. Além do nome,
eles carregam inúmeras características e realidades próprias de um homem que
pode ser visto ingênuo e preguiçoso, mas é também retrato das misérias do
Brasil.
Nos quatorze
contos reunidos em “Urupês”, descobrimos a vida cotidiana do homem do campo,
nas suas mazelas e seus infortúnios. Favorecimento político, disputa por terras
e golpes marcam as narrativas. E justamente são esses os pontos explorados pelo
jeca de Mazza (como ele gostava de ser chamado) na construção do enredo hilário
e comovente da vida do sertanejo.
Assistir ao
filme preto e branco que narra as desventuras caipiras explica porque essa é a
quinta maior bilheteria brasileira, a obra é uma delícia. Além de contar com
textos bem interpretados, vasto elenco e locações realistas, o grande
trunfo é a caracterização bem humorada que Amácio Mazzaropi faz do caboclo sem
coragem para trabalhar e que na sua ignorância de vida rural vence os problemas
da vida de forma humorada e astuta.
No trailer
podemos notar que uma homenagem explícita é feita ao doentio Urupê (apelido dado ao Jeca da literatura e que quer dizer
fungo parasita), mas colocando nele uma nova roupagem, uma força escondida por
baixo da ignorância e da falta de oportunidades. Se para Lobato a única coisa
que esse roceiro sabia fazer era votar, para Mazzaropi ele sabia ganhar a vida
e usar esse voto para mudar alguma coisa.
É possível encontrar o filme
completo no youtube, mas assistir no
velho videocassete pode ser bem divertido. Algumas locadoras ainda possuem essa
filmografia completa em VHS.
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