Hans Donner, designer austríaco, começou a trabalhar na TV Globo em
1975. Ao ser contratado, ele atribuiu
uma nova identidade visual à emissora. Em 1981, o designer foi responsável por mais uma transformação visual do
Jornal Nacional, que passou a ter uma nova bancada e um mapa-múndi, em alto relevo, ao
fundo. A ideia do mapa-múndi no cenário se mantém até hoje.
Em 1985, o cenário do JN, mais uma vez, sofreu mudanças.
Ao fundo dos apresentadores foram colocadas diversas telas, utilizando a
técnica do Chroma key, que exibiam imagens relacionadas às reportagens. Em
minha opinião, a partir daí o JN passou a ter um toque maior de tecnologia,
pois os monitores adicionados permitiam inserções de vídeos e ilustrações,
proporcionando maior riqueza visual.
Cenário do JN, 1985.
Em maio de 1989, o JN sofreu diversas mudanças. Nesse ano, o cenário do
JN ganhou elementos futuristas e inovadores, tendo como cores: o azul e
vermelho. O primeiro deles foi a criação de um cenário fixo, composto pela
bancada, iluminada por luz néon vermelha, e outro móvel. O cenário móvel era
composto por imagens geradas no computador, que incluíam a logo do JN. Essas
imagens ocupavam totalmente a tela ao fundo, com isso, deixavam para trás os
selos enquadrados em molduras, eliminando as limitações de espaço.
Para Armando Nogueira, diretor da CGJ
(Central Globo de Jornalismo), o novo cenário do JN expressava o conceito que
passou a guiar o jornalismo da Globo com a abertura política, logo após a
ditadura. Segundo ele, a partir daquele momento, o jornalismo passaria a ter
maior peso e densidade. Em minha opinião, o cenário, de fato, proporcionou uma
concepção visual inovadora e futurista, construindo a imagem de um jornalismo mais
consistente e dinâmico.
Cenário do JN, 1989.
Legal Marlon!
ResponderExcluirPor que você acha que esse aspecto futurista deu uma idéia de maior dinamicidade e consistência ao jornal?
Na minha opinião o novo cenário permitiu a inserção de selos (imagens) mais dinâmicos, ao fundo dos apresentadores. Além disso, a bancada de acrílico deu a ilusão de algo mais firme, elaborado, ou seja, consistente.
ExcluirAbraços!
Cabe notar uma coisa: nesse vídeo de 1989, só temos acesso ao cenário novo quando vemos um plano mais aberto. Enquanto a câmera está em primeiro plano, só vemos um fundo neutro, de cor azul. Assim, vale refletir sobre a influência do enquadramento e da mise en scéne na percepção que fazemos desses cenários. Bom post, Marlon.
ResponderExcluirEu acho esse cenário de 1985 muito legal, vocês não achamnão? Tudo cinza, quase que combinando com o terno do jornalista e seus cabelos grisalhos. Parece-me que, ao menos nesse dia de gravação, tudo foi disposto para criar uma espécie de escala de cinza, tom sobre tom.
ResponderExcluir