Desde o nascimento da indústria
tabagista, a publicidade, de variadas formas, foi um elemento essencial para promover
seu sucesso e sustentar o fumo. Porém, com as crescentes restrições impostas à
divulgação do produto, a embalagem do cigarro, que antes era bem simples, tornou-se
uma importante ferramenta estratégica de marketing e comunicação para a
indústria, mas isso também não duraria muito tempo.
O Brasil foi o segundo país do mundo
– perdendo apenas para o Canadá - a usar a própria embalagem do produto como veículo
de contrapropaganda ao fumo. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária) e o Ministério da Saúde determinaram que todos os produtos derivados
do tabaco e comercializados em território nacional deveriam conter, na
embalagem e na propaganda, advertência ao consumidor sobre os malefícios
decorrentes do uso desses produtos.
A partir daí, diversas marcas de
cigarro recorreram a estratégias para continuar prendendo a atenção do
consumidor de forma positiva. Carlton e
Malboro, por exemplo, lançaram edições especiais de embalagens colecionáveis, a
fim de encantar o fumante e induzir a compra. Passaram a ser produzidos,
também, cigarros diferenciados em tamanhos, cores e sabores. Assim, temos de um
lado o fabricante do produto que corteja, usando o apelo emocional, e do outro o
Ministério da Saúde com sua campanha antifumo, apelando para o racional.
Enquanto o emocional diz “fume para ser livre, para ser interessante, para ser
aventureiro”, o racional diz “não fume, porque faz mal à saúde”.
E quanto aos
resultados? Segundo uma pesquisa realizada em 2002 pelo Instituto Datafolha¹,
que ouviu cerca de 2000 pessoas em 126 municípios brasileiros, 54% dos fumantes
mudaram de idéia sobre as conseqüências do fumo para a saúde e 67% dizem ter
sentido vontade de abandonar o vício devido às imagens. Porém, a briga entre o
emocional e o racional, quando se trata do fumo, está longe de chegar ao fim.
1- CARVALHO, Mario Cesar. Fumante usa artifício
para esconder fotos. Folha de São Paulo, São Paulo, 21 abr. 2002.
Thaiz, muito legal.
ResponderExcluirSeu texto é bom e você tem muito cuidado com a apresentação nele no post.
E que bonitas aquelas edições especiais do Marlboro, não?