O espaço para a produção musical independente nos
dias atuais tem se ampliado no Brasil. Há pouco mais de 10 anos, os independente tem se organizado e se apresentado em festivais
exclusivamente planejados para este tipo de produção cultural. Na década de 1980,
em um cenário totalmente diferente do que se percebe hoje, quando não se falava
em discos independentes, o músico Itamar Assumpção ousou produzir três de seus
discos à margem das grandes gravadoras (nas duas décadas seguintes vieram
outras oito produções). São desse período Beleléu, Leléu, Eu (1980), Às
Próprias Custas S/A (1982) e Sampa Midnight – Isso não vai ficar assim (1983).
Itamar não submetia sua produção às gravadoras assim
como os outros artistas companheiros seus da Vanguarda Paulista, grupo que
fazia parte. Dos 12 LPs gravados por ele, o único que foi produzido por uma gravadora
de peso – a Continental - foi o Intercontinental! Quem diria! Era só o que
faltava!!! de 1988. Os demais foram todos gravados de forma independentes
com recursos próprios.
Sem associação a nenhuma gravadora a saída para
divulgar sua música foi inicialmente nas apresentações ao vivo e os festivais de música
eventuais. Posteriormente o Lira Paulistana (teatro aberto em 1979)
proporcionou um espaço favorável à sua produção experimental e performática.
Muitos atribuem sua
grande força expressiva e sua criatividade sem censura ao fato de sido artista
independente. De fato, não é possível saber se sua capacidade inventiva teria
sido cerceada caso tivesse se associado a alguma gravadora, a verdade é que a
despeito das condições precárias de gravação e distribuição, Itamar produzia
pérolas como “Nego Dito” – confira no link abaixo.
Foi postado dentro do prazo mas só agora inseri o marcador com meu nome.
ResponderExcluirO Itamar é fantástico, além de ter sido um precursor do nosso cenário independente. Muito bacana sua pesquisa.
ResponderExcluirContinue sempre postando vídeos para as pessoas que não tiverem contato com a obra dele possam começar a conhecer.