quinta-feira, 21 de junho de 2012

Agamenon e José Simão: recaptulando [Melissa Neves] #5

Quinto e último post: esse vai ser feito para me ajudar a pensar no relatório final. Bem resumidamente, irei recaptular as discussões feitas até o presente momento, para que essas possam ser pensadas com mais atenção para o último trabalho. Os questionamentos levantados até então, irão configurar meu documento final.
PS: lembrando que, a pesquisa do IBGE que eu iria usar nessa postagem não foi acessível, por isso alterei levemente o conteúdo da mesma.

1) Breve narrativa histórica sobre publicações humorísticas em jornais brasileiros: contextualização do tema. Só a partir da década de 80 surgiram materiais jornalísticos totalmente dedicados ao humor. Antes disso, a comicidade era pontual. Hoje, têm maior visibilidade e existem de diversas formas (e com maior frequência). José Simão e Agamenon confirmam essa afirmativa, visto que apresentam estilos humorísticos diferentes. 

2) Comparação de uma coluna de cada autor, publicadas no mesmo mês. A de Agamenon apresentou comentário de um leitor, que demonstrou sua indignação quanto a política brasileira, sobre um texto de conteúdo político (CPI de Carlos Cachoeira). A de José Simão tratava do mesmo tema, porém, não apresentava abertura para reivindicações por parte do leitor. Foi observado o grau de engajamento dos colunistas: Agamenon acaba fazendo críticas de forma mais velada, porque esconde a identidade dos autores dessa coluna. Demonstra mais seriedade, até mesmo por usar a linguagem formal, e desperta a identificação do leitor com um jornal tradicional (mesmo que indiretamente). No entanto, José Simão escreve coloquialmente, de maneira mais intimista, fazendo críticas despretensiosas. Esse aspecto abre menor espaço para comentários engajados do leitor. Observa-se mais um texto para "fazer rir" do que para "fazer pensar", enquanto Agamenon parece querer "fazer rir", mas, por usar o formato tradicional, acaba incitando mais - na minha opinião- o "fazer pensar". Os textos de Agamenon são mais elaborados.

3) Comparação de uma coluna de cada autor, publicadas no mesmo mês. Notei e comentei o uso da primeira pessoa em ambos os textos. O que antes era destacado por mim como característica essencial de José Simão - a conversa intimista com o leitor- foi percebido em grande medida no texto de Agamenon também. Pude flexibilizar a distinção radical entre os dois autores.

4) Comparação de duas colunas do mês (uma de cada autor), com uma publicação de jornal tradicional (no caso, a Folha de S. Paulo), que apresentasse um tema comum. O tema em questão foi a situação profissional de Ronaldinho Gaúcho, contratado pelo Atlético Mineiro. Observei a presença de ironia nos três textos, quando, na verdade, esperava encontrar somente nos textos de José Simão e Agamenon.  A defesa da impessoalidade no jornalismo, caiu por terra. Ao meu ver ela fica cada vez mais difícil, principalmente quando fala-se de temas polêmicos. Ademais, minha dúvida sobre esse assunto é: essa escrita irônica, pessoal, ocorreu diretamente por se tratar de um caderno de esportes (mais irreverente), ou ela é encontrada também em outros (ex: caderno político)?


Veremos o que concluo ( e provoco) no relatório final, acrescentando as questões de jogos de palavras, apelidos e bordões... 

Um comentário:

  1. Melissa, com certeza seu percurso foi bem interessante. Uma já articulação das suas conclusões com essa retomada feita na quinta postagem seria interessante também.

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