Mensagens Subliminares Multimídia [Nathália Alcântara] #4

Essa quarta postagem se dedica a análise de alguns exemplos de mensagens subliminares descobertas por especialistas em meios multimídias, o que incita ainda mais a nossa curiosidade em relação ao tema. O primeiro exemplo a ser analisado está presente no desenho animado da Disney, Bernardo e Bianca, no qual uma mulher é encontrada com os seios nus aparecendo de uma das janelas do cenário aos 28 minutos do filme. Conforme o jornal Folha de São Paulo, do dia 15 de janeiro de 1999: “Pela primeira vez na história da companhia, a Disney admitiu ter encontrado imagens subliminares num de seus filmes de animação”. A Disney foi obrigada a recolher 3,4 milhões de fitas em locadoras de vídeo só nos EUA. Tal cena está presente em apenas 2 dos 110 mil frames do filme, o que faz com que essa seja imperceptível a olho nu. A presença, hoje indiscutível, dessa personagem nua no desenho traz, primeiro, um certo espanto, seguido do questionamento de qual seria o objetivo dessa transmissão em um desenho infantil.

(imagem de uma mulher nua capturada no desenho infantil da Disney)

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=YzNXgk5eWGg

O próximo exemplo a ser analisado está presente no comercial do cigarro Free, que teve sua divulgação proibida no Brasil em janeiro de 2001 e 240 veiculações comerciais canceladas. Nesse comercial eram emitidas subliminarmente, em uma velocidade de três décimos de segundo, a imagens de adolescentes fumando. A empresa responsável, Souza Cruz, aceitou retirar a propaganda do ar, sob acusação de incitar o fumo entre adolescentes, apesar de delegar a culpa às produtoras do vídeo. O que se questiona em relação a essa campanha é o por quê do uso de tais imagens e a implicação ética que ela traz.

                                                            (frame subliminar de uma adolescente fumando no comercial de cigarros Free)

O último exemplo, e mais chocante de todos, está presente em uma campanha presidencial dos Estados Unidos em setembro de 2000, no qual o candidato republicano, George Bush, veicula críticas ao candidato democrata Al Gore. Ao criticar o sistema de reembolso de remédios, a equipe de publicitários de Bush inseriu um frame (de 1/30 de seg) com a palavra “RATS” (ratos) sobre a frase “Bureaucrats decide”. A equipe de Bush caracterizou o acontecido como “acidente”, mas o que pode ser questionado é o por quê desse vídeo, especificamente, ter sido mais caro (U$ 2,5 milhões) que os outros feitos durante a campanha. Tal fato foi amplamente divulgado, inclusive nos meios de comunicação brasileiros, como a revista Istoé e os jornais Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo.

(sequencia de frames da campanha eleitoral, no qual o ultimo é emitido subliminarmente)