Nova York em meados do século XIV, com as divergências entre
republicanos e democratas, o medo, o preconceito e a violência da Guerra Civil
norte-americana e suas facções. Em outra história, um estuprador psicótico
convicto de sua inocência decidido a perseguir o seu advogado de defesa que,
segundo ele, escondeu informações cruciais para a sua condenação pelo júri na
época do julgamento. Os dois enredos são filmes dirigidos por Martin Scorsese,
lançados em 2002 e 1991, respectivamente, Gangues de Nova York e Cabo do Medo
apresentam histórias motivadas por um único sentimento: a vingança.
Gangues de Nova York mostra os Estados Unidos sendo erguido
sobre sangue, prostituição, xenofobia. A história segue os passos de Amsterdam
(Leonardo DiCaprio), que busca vingar a morte do seu pai por Bill, “O açougueiro”. Amsterdam é deixado
ainda criança em um orfanato e de lá sai, durante a adolescência com o único
intuito de matar Bill como vingança pelo pai. Para isto, Amsterdam se torna
braço direito de Bill, conhecendo o funcionamento de sua gangue e agindo
diretamente com ele (semelhante ao que ocorre no filme Os Infiltrados, de 2006, que será comentado no próximo post). Os
conflitos entre as gangues se tornam mais violentos quando Amsterdam é traído
por um amigo e Bill descobre a sua farsa,
levando a uma batalha da máfia de Bill e o grupo de imigrantes,
liderados por Amsterdam.
Em Cabo do Medo, Scorsese explora muito bem as reações de
nervosismo e medo de uma família ameaçada que está sendo perseguida, deixando
no filme um clima tenso desde as primeiras cenas. Um dos pontos mais interessantes do filme é o
do personagem principal, Max – protagonizado por Robert de Niro -, ter passado
boa parte do seu tempo dentro da prisão estudando sobre leis, e age sempre dentro delas, e ainda assim,
consegue infernizar e levar ao limite todos os membros da família, deixando-o
inapto a agir em sua defesa. Como em outros filmes de Scorsese – inclusive
Gangues de Nova York – não existe uma linha que divide o bem e o mal ou o certo
e errado, apesar dos evidentes trejeitos marcados nos personagens. Há ainda no
filme, o jogo da sedução do perigo evidenciado na relação de Max com a filha
adolescente do casal, que mostra a todo instante num ato de rebeldia o desejo
de conhecer aquele que sua família tanto teme, e o encontro entre os dois
personagens, é certamente um dos momentos mais marcantes e tensos do filme.
Muito bom o post Nina!
ResponderExcluirÓtimo texto, bem escrito.
Gostei da forma como você apresentou o filme e focou nos seus interesses principais, sem deixar sua marca de lado.