segunda-feira, 11 de junho de 2012

E a vida continua... Dez anos depois do caso Escola Base [Marina Dayrell] #4


Devido à deteorização da imagem pública dos envolvidos, tornou-se muito difícil ter acesso ao paradeiro das vítimas, antes acusados, da Escola Base. Após realizar uma vasta pesquisa, só consegui encontrar informações - provenientes de fontes confiáveis – datadas de 2004, quando completou 10 anos que a primeira denúncia foi realizada. Ainda sim, o conteúdo encontrado – e aqui exposto – cumpre o papel de conhecimento e reflexão acerca das consequências da dinamização do ocorrido. Deixo claro, então, que todas as informações expostas abaixo possuem como referência os anos de 2003 e 2004.


                     (Inácio França - http://www.caotico.com.br/como-se-fosse-ontem-escola-base/)


Ayres:
Segundo Thiago Domenici, jornalista da revista Caros Amigos e um dos idealizadores do documentário “Escola Base”, Ayres (Shimada) ainda trabalha em um xerox na Praça da Sé.  Não dorme sem tranquilizantes, caminha sempre em alerta e fuma mais do que o habitual. Além disso, sofreu três enfartes desde 1994.

Cida:
A esposa de Ayres, segundo Alex Ribeiro, carrega consigo uma forte depressão e vive a base de calmantes.

Maurício e Paula:
O casal se divorciou depois do ocorrido. Maurício sofreu alguns distúrbios psicológicos, como mania de perseguição e síndrome do pânico. Durante muito tempo, só saia de casa com guarda-costas. Após 7 anos, Paula ainda estava desempregada. Tentou resolver seus problemas financeiros realizando “bicos” e, à época de publicação do livro de Alex Ribeiro (Caso Escola Base: Os abusos da imprensa), ela esperava ansiosamente o chamado do programa “Porta da Felicidade”, de Sílvio Santos, em busca de dinheiro.

Cléa e Lúcia:
As duas acusadoras se recusam a tocar no assunto da Escola Base. Seus filhos seguem fazendo tratamento com a psicóloga W.F.Duarte, da USP. Walquíria mantém a opinião de que houve abuso sexual e acredita que irá descobrir quem foram os criminosos ao longo de seu trabalho.

Edelson Lemos:
Foi transferido para o setor de cartas precatórias e detém o posto de Delegado titular.

Jornalistas e meios de comunicação:
Os jornalistas responsáveis pela cobertura dos casos continuam atuando em suas carreiras (salvo por razões externas ao caso). Muitos meios foram processados e condenados a pagar indenização aos acusados. No entanto, quase nada foi, de fato, cumprido até julho de 2012.

O paradeiro dos envolvidos no caso Escola Base, ainda que não detenha informações recentes, possibilita a continuação da reflexão levantada nos posts anteriores. Mesmo que haja dezenas de seminários sobre o assunto, algumas páginas dedicadas à retratação e grandes indenizações – ainda que estas não tenham acontecido -, será mesmo possível compensar todo o mal já causado? De certo, não há dinheiro que traga de volta a vida detida pelos envolvidos antes do caso. No entanto, ainda há erros passíveis de serem consertados. Uma maior divulgação e repercussão da inocência das vítimas poderia evitar o medo que Maurício tem de andar na rua. O dinheiro das indenizações poderia auxiliar na cura da depressão de Cida e Paula. É verdade que nem todo o dinheiro do mundo é capaz de apagar da memória certas lembranças, mas, nesse caso, ele pode significar justiça e a possibilidade de reconstrução de uma vida longe de toda essa bagunça. E você, o que acha?

4 comentários:

  1. Ótimo post, Marina!
    Saber do impacto na vida das pessoas envolvidas só faz aumentarmos nossa indignação com a falta de cuidado e ética na atuação dos profissionais da mídia relacionadas ao caso.

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  2. Aliás, todas essas informações você tirou desse blog que colocou o link? Se não, seria interessante colocar as referências.

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  3. O que eu acho um despautério, é o delegado responsável pelo caso, apesar de todas as atrocidades que ele cometeu com as vítimas, continuar exercendo o seu posto como se nada tivesse acontecido. Isso é revoltante!!! E quanto aos repórteres, estes deveriam ter sido demitidos!

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  4. O que eu acho um despautério, é o delegado responsável pelo caso, apesar de todas as atrocidades que ele cometeu com as vítimas, continuar exercendo o seu posto como se nada tivesse acontecido. Isso é revoltante!!! E quanto aos repórteres, estes deveriam ter sido demitidos!

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