No ultimo post fiz uma pequena abordagem conceitual sobre a
teoria queer. Portanto, nessa postagem pretendo ligá-la aos filmes vistos na
última quinzena, uma vez que estes estão mais diretamente ligados à teoria. Os
filmes são “Tudo sobre minha mãe”, “Fale com ela”, e “Má educação”.
Tudo sobre minha mãe é o exemplo mais claro da teoria queer
nos filmes do Almodóvar. Ele conta a história de Manuela, que perde seu filho
num atropelamento. Posteriormente é revelado que o pai é um travesti chamado
Lola, e que mesmo depois de ter se “transformado” há muitos anos, continua se
relacionando com mulheres. Nesse caso, observamos a inexistência de limites no
gênero. Apesar de ser um travesti e ter características físicas femininas, Lola
continua agindo, em alguns aspectos, como indivíduos do sexo masculino, fugindo
totalmente do comportamento que geralmente é esperado.
Cena em que Lola conhece seu filho |
Um fato curioso em relação a essa personagem é mencionado no
livro Conversas com Almodóvar, quando o diretor diz que “essa personagem foi
inspirada diretamente por um travesti, que era proprietário de um bar na
Barceloneta e vivia ali com sua mulher. Ele a proibia de usar minissaia, embora
ele andasse de biquíni. (...) Na verdade, as cenas mais extravagantes de Tudo Sobre
Minha Mãe são inspiradas na realidade, mas ainda estão aquém da realidade”.
Em Fale Com Ela, podemos associar o personagem de Benigno com a
teoria queer, uma vez que ele se apaixona por Alicia, que está em coma. Nessa
relação incomum, Benigno não assume uma performance de gênero bem definida. Em
alguns momentos, tive a impressão de que ele chegava a assumir uma postura
maternal em relação à paciente, e não como um indivíduo masculino, que tem
interesses sexuais por ela.
Por fim, em Má Educação, apesar de haver muitos temas
relacionados à gêneros, como relações homossexuais, e travestismo, não consegui
enxergar associações com a teoria queer.
muito bacana
ResponderExcluirThaiane, legal você trazer novas perspectivas para os filmes, mas cuidado para não buscar relações muito diretas e acabar perdendo nuances das relações que os filmes apresentam.
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