domingo, 17 de junho de 2012

Mais Um Pouco de Teoria Queer [Thaiane Bueno] #4


No ultimo post fiz uma pequena abordagem conceitual sobre a teoria queer. Portanto, nessa postagem pretendo ligá-la aos filmes vistos na última quinzena, uma vez que estes estão mais diretamente ligados à teoria. Os filmes são “Tudo sobre minha mãe”, “Fale com ela”, e “Má educação”.

Tudo sobre minha mãe é o exemplo mais claro da teoria queer nos filmes do Almodóvar. Ele conta a história de Manuela, que perde seu filho num atropelamento. Posteriormente é revelado que o pai é um travesti chamado Lola, e que mesmo depois de ter se “transformado” há muitos anos, continua se relacionando com mulheres. Nesse caso, observamos a inexistência de limites no gênero. Apesar de ser um travesti e ter características físicas femininas, Lola continua agindo, em alguns aspectos, como indivíduos do sexo masculino, fugindo totalmente do comportamento que geralmente é esperado.

Cena em que Lola conhece seu filho
Um fato curioso em relação a essa personagem é mencionado no livro Conversas com Almodóvar, quando o diretor diz que “essa personagem foi inspirada diretamente por um travesti, que era proprietário de um bar na Barceloneta e vivia ali com sua mulher. Ele a proibia de usar minissaia, embora ele andasse de biquíni. (...) Na verdade, as cenas mais extravagantes de Tudo Sobre Minha Mãe são inspiradas na realidade, mas ainda estão aquém da realidade”.

Em Fale Com Ela, podemos associar o personagem de Benigno com a teoria queer, uma vez que ele se apaixona por Alicia, que está em coma. Nessa relação incomum, Benigno não assume uma performance de gênero bem definida. Em alguns momentos, tive a impressão de que ele chegava a assumir uma postura maternal em relação à paciente, e não como um indivíduo masculino, que tem interesses sexuais por ela.

Por fim, em Má Educação, apesar de haver muitos temas relacionados à gêneros, como relações homossexuais, e travestismo, não consegui enxergar associações com a teoria queer. 

2 comentários:

  1. Thaiane, legal você trazer novas perspectivas para os filmes, mas cuidado para não buscar relações muito diretas e acabar perdendo nuances das relações que os filmes apresentam.

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