Personagem "Letal", do filme "De Salto Alto" |
Após assistir aos filmes propostos para a quinzena (De Salto Alto, Kika, A Flor do Meu Segredo, e Carne Trêmula ), fiz a leitura do texto Multidões Queer – Notas para uma política dos “anormais”, de Beatriz Preciado, que não estava incluído no plano de trabalho. Para
complementar meu entendimento sobre a teoria, ainda li o artigo “Os universos generificados de Almodóvar e Tarantino no cinema”, de Suane Soares.
Essa teoria queer, propõe que “não há diferença
sexual, mas uma multidão de diferenças”. Ela é contra ideia da divisão em
gêneros, e também contra a tentativa do movimento homossexual de se encaixar
dentro do patrão da sociedade heterossexualizada. “O que importa não é a
“diferença sexual” ou a “diferença dos/as homossexuais”, mas as multidões queer.
Uma multidão de corpos (...)”.
Para entender
melhor sobre a teoria, recomendo esse texto.
Ao ler sobre essa
teoria, que parece ser muito radical, tendemos a pensar que o cinema de Almodóvar
está relacionado a ela, uma vez que esse autor trata seus personagens homo e
transexuais sempre de uma maneira muito aberta e espontânea. Pela minha
análise, percebi que é nesse ponto que o diretor se aproxima da teoria queer:
ao tratar as minorias de maneira tão natural, dentro da normalidade. Segundo o
texto de Suane, existem elementos mais específicos que se aproximam da teoria, mas
eles estão em filmes que estão em filmes que eu ainda não assisti, como “Tudo
sobre minha mãe”, “Fale com Ela” e “Má Educação”.
Entretanto, os
papéis sociais, mesmo que não convencionais, são mantidos nos filmes de
Almodóvar. A diferença entre o masculino, feminino e o trans, geralmente são
muito claras. Isso se reforça ainda mais com a perspectiva feminina com a qual os enredos costumam ser apresentados. E a partir daí, o diretor já passa a se distanciar
do queer.
Apesar de não condizer totalmente com a teoria queer, acredito que seja de grande importância
que Almodóvar se aproxime dela em alguns momentos. Creio também que o cinema
tenha uma grande força social, portanto, representar tão naturalmente seus
personagens que fogem da regra, que são exóticos, faz com que, gradativamente, eles
passem a ser vistos pelo espectador da mesma forma.
Legal você trazer essas novas contribuições teóricas, Thaiane. Sugiro, devido ao tamanho realmente limitado do texto, que você se dedique a falar mais do que leu e dos filmes que viu do que dos que não assistiu ainda.
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