sábado, 2 de junho de 2012

Um Pouco de Teoria Queer [Thaiane Bueno] #3


Personagem "Letal", do filme "De Salto Alto"
Após assistir aos filmes propostos para a quinzena (De Salto Alto, Kika, A Flor do Meu Segredo, e Carne Trêmula ), fiz a leitura do texto Multidões Queer – Notas para uma política dos “anormais”, de Beatriz Preciado, que não estava incluído no plano de trabalho. Para complementar meu entendimento sobre a teoria, ainda li o artigo  “Os universos generificados de Almodóvar e Tarantino no cinema”, de Suane Soares.

Essa teoria queer, propõe que “não há diferença sexual, mas uma multidão de diferenças”. Ela é contra ideia da divisão em gêneros, e também contra a tentativa do movimento homossexual de se encaixar dentro do patrão da sociedade heterossexualizada. “O que importa não é a “diferença sexual” ou a “diferença dos/as homossexuais”, mas as multidões queer. Uma multidão de corpos (...)”.
Para entender melhor sobre a teoria, recomendo esse texto.

Ao ler sobre essa teoria, que parece ser muito radical, tendemos a pensar que o cinema de Almodóvar está relacionado a ela, uma vez que esse autor trata seus personagens homo e transexuais sempre de uma maneira muito aberta e espontânea. Pela minha análise, percebi que é nesse ponto que o diretor se aproxima da teoria queer: ao tratar as minorias de maneira tão natural, dentro da normalidade. Segundo o texto de Suane, existem elementos mais específicos que se aproximam da teoria, mas eles estão em filmes que estão em filmes que eu ainda não assisti, como “Tudo sobre minha mãe”, “Fale com Ela” e “Má Educação”.

Entretanto, os papéis sociais, mesmo que não convencionais, são mantidos nos filmes de Almodóvar. A diferença entre o masculino, feminino e o trans, geralmente são muito claras. Isso se reforça ainda mais com a perspectiva feminina com a qual os enredos costumam ser apresentados. E a partir daí, o diretor já passa a se distanciar do queer.

Apesar de não condizer totalmente com a teoria queer, acredito que seja de grande importância que Almodóvar se aproxime dela em alguns momentos. Creio também que o cinema tenha uma grande força social, portanto, representar tão naturalmente seus personagens que fogem da regra, que são exóticos, faz com que, gradativamente, eles passem a ser vistos pelo espectador da mesma forma. 

Um comentário:

  1. Legal você trazer essas novas contribuições teóricas, Thaiane. Sugiro, devido ao tamanho realmente limitado do texto, que você se dedique a falar mais do que leu e dos filmes que viu do que dos que não assistiu ainda.

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