O filme assistido para essa
última quinzena foi o filme “A Dama de Paus”, do diretor Mário Vaz Filho. O
longa que é estrelado por Débora Muniz e tem a participação de José Mojica
Marins (sim, o nosso Zé do Caixão) conta a história de uma mulher que, infeliz
com o marido alcoólatra, consegue chegar ao prazer através dos alucinantes
sonhos eróticos que possui. A personagem principal faz com que seja despertado no
espectador o possível desejo do adultério, da mulher que se propõe a se
divertir com vários homens.
Como o
filme é de 1989, ele está inserido em uma época já marcada pelo declínio da
pornochanchada, onde a junção de comédia com erotismo deixa de ser uma boa
combinação. O sexo passa a ser mais explícito e os filmes propriamente de
comédia passam a ter referências eróticas mais sutis.
Mesmo com o declínio do gênero no
Brasil, podemos pensar nos resquícios e na herança que a pornochanchada deixou
para a produção audiovisual no país. Segundo a pesquisadora Flavia Seligman a
questão da sexualidade sempre esteve presente no cinema brasileiro, porém, em
determinados momentos ela estava mais explícita. No cinema de retomada por exemplo, a
sexualidade fala para um público mais refinado e que têm, pelo menos 30 anos de
boa televisão como referência. As personagens femininas não são necessariamente
o foco da questão sexual também, elas já não são tão estereotipadas, e voltam
mais modernas e resolvidas, não é mais
necessário manter o recato nem guardar a moral e os bons costumes.
Não pude ler ainda o seu relatório final, mas uma questão interessante para ele é a demarcação do "fim da pornochanchada". É uma pergunta difícil e talvez sem resposta, mas pode gerar muita reflexão.
ResponderExcluir