sábado, 23 de junho de 2012

O que a pornochanchada nos deixou... [Augusto Drumond] #5


O filme assistido para essa última quinzena foi o filme “A Dama de Paus”, do diretor Mário Vaz Filho. O longa que é estrelado por Débora Muniz e tem a participação de José Mojica Marins (sim, o nosso Zé do Caixão) conta a história de uma mulher que, infeliz com o marido alcoólatra, consegue chegar ao prazer através dos alucinantes sonhos eróticos que possui. A personagem principal faz com que seja despertado no espectador o possível desejo do adultério, da mulher que se propõe a se divertir com vários homens.

 Como o filme é de 1989, ele está inserido em uma época já marcada pelo declínio da pornochanchada, onde a junção de comédia com erotismo deixa de ser uma boa combinação. O sexo passa a ser mais explícito e os filmes propriamente de comédia passam a ter referências eróticas mais sutis.

Mesmo com o declínio do gênero no Brasil, podemos pensar nos resquícios e na herança que a pornochanchada deixou para a produção audiovisual no país. Segundo a pesquisadora Flavia Seligman a questão da sexualidade sempre esteve presente no cinema brasileiro, porém, em determinados momentos ela estava mais explícita.  No cinema de retomada por exemplo, a sexualidade fala para um público mais refinado e que têm, pelo menos 30 anos de boa televisão como referência. As personagens femininas não são necessariamente o foco da questão sexual também, elas já não são tão estereotipadas, e voltam mais modernas e resolvidas,  não é mais necessário manter o recato nem guardar a moral e os bons costumes.

Um comentário:

  1. Não pude ler ainda o seu relatório final, mas uma questão interessante para ele é a demarcação do "fim da pornochanchada". É uma pergunta difícil e talvez sem resposta, mas pode gerar muita reflexão.

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