Chegamos à última postagem
do Projeto, e o filme escolhido para fechar esse ciclo é “Tropa de Elite 2”
(2010), que traz um profissional do Jornalismo no nosso cenário nacional.
Sobre o personagem em
questão:
Quem? Fortunato (André
Mattos), apresentador (e Deputado Estadual)
Onde? Mira Geral, Rio de
Janeiro
Quando? 2010
Como? Com um estilo
irreverente, Fortunato apresenta um programa de jornalismo policial, com
altíssima aceitação da população. Além de apresentador, Fortunato também é
deputado estadual, e por trás das câmeras, é visível a ideia de que lidera o
programa tendo em vista seus interesses políticos.
Por quê? Em uma trama com
foco no conflito entre polícia e milícias, Fortunato é um dos personagens que
dá apoio às milícias. Em meio a todos os esquemas de sua campanha eleitoral,
envolve-se em inúmeras atividades ilegais. Acaba sendo preso após o depoimento
de Capitão Nascimento (Wagner Moura) em uma CPI.
Num cenário de ano de
eleição, todos os movimentos do departamento de Segurança Pública do Rio tinham
o intuito de angariar votos, assim como a atuação de Fortunato à frente de seu
programa. Nele, ele descontrói todo o caráter imparcial do jornalismo policial.
Sua interação com a câmera é quase íntima. Através dela, assume um discurso
direto tanto com o povo quanto com as autoridades. Colocando-se como parte afetada
pelo problema em questão, e estabelecendo uma relação única com seu público, registra
altos índices de audiência. Uma citação do Capitão Nascimento que pode ilustrar
perfeitamente o papel de Fortunato é a de que “o sistema é pautado pela
política, e a política só respeita a mídia”. Enquanto as práticas corruptas
permaneciam ocultas, elas continuariam a acontecer. Tendo um papel fundamental
nas manobras políticas, a mídia ditaria, em certa medida, os rumos eleitorais
(sendo a atuação de Fortunato em seu programa uma parte essencial desse
processo). A partir do momento em que Fortunato é exposto como parte ativa do
sistema, não cabia mais a ele o papel de representante da mídia.
Confira uma das cenas do personagem à frente de seu programa:
Interessante você ter escolhido o "apresentador e político" ao invés da "repórter investigativa que se dá mal". Por quê?
ResponderExcluir