sexta-feira, 22 de junho de 2012

Os profissionais da Comunicação nas telas de Cinema - Cinema Nacional [Amanda Almeida] #5


Chegamos à última postagem do Projeto, e o filme escolhido para fechar esse ciclo é “Tropa de Elite 2” (2010), que traz um profissional do Jornalismo no nosso cenário nacional.

Sobre o personagem em questão:

Quem? Fortunato (André Mattos), apresentador (e Deputado Estadual)

Onde? Mira Geral, Rio de Janeiro

Quando? 2010

Como? Com um estilo irreverente, Fortunato apresenta um programa de jornalismo policial, com altíssima aceitação da população. Além de apresentador, Fortunato também é deputado estadual, e por trás das câmeras, é visível a ideia de que lidera o programa tendo em vista seus interesses políticos.

Por quê? Em uma trama com foco no conflito entre polícia e milícias, Fortunato é um dos personagens que dá apoio às milícias. Em meio a todos os esquemas de sua campanha eleitoral, envolve-se em inúmeras atividades ilegais. Acaba sendo preso após o depoimento de Capitão Nascimento (Wagner Moura) em uma CPI.

Num cenário de ano de eleição, todos os movimentos do departamento de Segurança Pública do Rio tinham o intuito de angariar votos, assim como a atuação de Fortunato à frente de seu programa. Nele, ele descontrói todo o caráter imparcial do jornalismo policial. Sua interação com a câmera é quase íntima. Através dela, assume um discurso direto tanto com o povo quanto com as autoridades. Colocando-se como parte afetada pelo problema em questão, e estabelecendo uma relação única com seu público, registra altos índices de audiência. Uma citação do Capitão Nascimento que pode ilustrar perfeitamente o papel de Fortunato é a de que “o sistema é pautado pela política, e a política só respeita a mídia”. Enquanto as práticas corruptas permaneciam ocultas, elas continuariam a acontecer. Tendo um papel fundamental nas manobras políticas, a mídia ditaria, em certa medida, os rumos eleitorais (sendo a atuação de Fortunato em seu programa uma parte essencial desse processo). A partir do momento em que Fortunato é exposto como parte ativa do sistema, não cabia mais a ele o papel de representante da mídia. 

Confira uma das cenas do personagem à frente de seu programa:


Um comentário:

  1. Interessante você ter escolhido o "apresentador e político" ao invés da "repórter investigativa que se dá mal". Por quê?

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