Qualquer
um que assista a Lixo Extraordinário pela primeira vez tende a perguntar-se
logo que o filme termina: do que fala esse documentário? Arte ou problema
sociai?
Essa
questão assim como toda análise da obra audiovisual está cercada pelo caráter
subjetivo de cada leitura que pode ser feita. Para
que essa questão seja tratada, devemos nos ater aos exemplos e situações exibidas no
filme.
Por outro lado, a questão da arte é também muito evidente. Começando pela presença do artista Vik Muniz, que tem uma série de trabalhos que transformam em arte materiais inusitados – macarrão, sucata, chocolate. A presença estética é claramente observada nas fotos tiradas por Vik Muniz que servirão para as obras produzidas com lixo.
As fotos abaixo mostram a inspiração artística de Vik para produzir suas obras, priorizando imagens consagradas à situações que poderiam ser encontrads no Lixão Gramacho:
Narciso - Caravaggio
Atlas - Giovanni Francesco Barbier
Passadeira - Picasso
A morte de Marat - Jacques-Louis David
Mas
no desenvolver do documentário percebe-se que essas duas vertentes se cruzam. A
mistura da arte e do social cria a emoção que existe em Lixo Extraordinário. É
justamente essa interseção que sustenta a máxima do documentário: A arte é um
caminho para a superação.
Trecho do documentário em que Tião e Vik conversam sobre o que é "arte" :
A discussão ética X estética é interessantíssima e dá um pano pra manga infinito. Se você tiver uma queda pelas discussões teóricas, tiver interesse pela iniciação científica etc etc... vale correr atrás dos textos do Herman Parret.
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