A partir da década de 1990, com destaque para a II
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano,
realizada no Rio de Janeiro e intitulada de “ECO 92”, a questão do
aquecimento de nosso planeta virou um dos principais pontos da agenda pública
de vários governos, da ONU e de diversas ONGs.
Junto a esse tema, muitas polêmicas foram levantadas. Enquanto
renomados especialistas defendem a tese de que a Terra sofre um processo
de aquecimento devido, principalmente, à queima de combustíveis fósseis, outros
dizem que o aumento da temperatura terrestre é um ciclo natural pelo qual passamos,
ou seja, há períodos de resfriamento, como foi o caso da era glacial, e
períodos de aquecimento. E há aqueles que por mais incrível que seja, tentam
provar que na verdade presenciamos um momento de resfriamento.
Apesar das divergências, analisarei apenas propagandas que
endossam a tese de que o aquecimento global é uma realidade e de que é fruto da
queima de combustíveis fósseis pelo ser humano.
Nas peças, percebe-se que, embora todas objetivem passar uma mensagem alarmante, as duas primeiras parecem chocar mais o espectador ao mostrar de maneira clara e direta os efeitos que poderão ser sentidos pela natureza caso não nos mobilizemos em prol da redução do efeito estufa. No primeiro caso, a mensagem é produzida estabelecendo unidade entre imagens chocantes de devastação e uma música triste, em que a letra já no primeiro verso diz: “And now the end is near”. Além disso, foi o fato de que as imagens mostradas são reais, vividas em alguns casos por muitos, que o público é tocado.
No segundo caso, busca-se causar reflexão no espectador ao
apresentar uma música extremamente triste como pano de fundo para os
personagens da peça, que são animais cabisbaixos, melancólicos e sem
expectativas de um futuro, enquadrados naquilo que deveria ser seu habitat, mas
que já não existe mais devido à degradação e aridez, o que origina o fim mais
trágico que se pode ter, o suicídio, que no caso seria a ausência de esperança,
estando aí o ponto chave dessa propaganda.
Já na última, é a criatividade e singularidade ao abordar o
tema que leva o espectador a pensar sobre o assunto, afinal, não é um animal
indefeso que é exposto, mas sim o próprio Homem, que a cada dia decorrido destrói
mais o meio ambiente, reduzindo as condições de vida em seu planeta, o qual
seria simbolizado pela casa, até chegar a um ponto em que ele vire inóspito para
o ser humano.
Gostaria de ressaltar, por fim, que nos três conteúdos há
uma mensagem escrita: “Parabéns, vocês conseguiram”, “If you give up, they give
up”, “Global Warming When you feel it,
it's already too late”. Sendo que nelas há claramente uma vontade de atingir
diretamente cada um que assista ao vídeo.
Ótimo texto, Pedro!
ResponderExcluirSeu post ganhou bastante com a inclusão de outras propagandas e da comparação que você faz (bem feita!) entre elas.
Legais suas observações!