sexta-feira, 22 de junho de 2012

Hoje em dia [Ana Luiza Pio] #5

Em 2006, a Capricho passou por um processo de reformulação editorial e gráfico que ditou o tom que a revista segue até hoje. A ideia dessa reforma era de modernizar a revista, aproximá-la mais da realidade da jovem leitora e também de trazer, a partir de seu projeto gráfico, maior prazer tátil e visual. A revista queria, então, abrir espaço para a valorização da arte, ampliando o leque visual e apelando para um visual bem “feito a mão”, bem minimalista, com ilustrações e detalhes “bordadinhos”. Também foi proposto que a cada ano deveria ser feita a renovação da linguagem gráfica da revista, o que explica por que esse visual artesanal não foi mantido ao longo dos anos.


















Esse estilo trabalhado não necessariamente acompanhou uma mudança significativa no conteúdo abordado. As matérias continuam variando num contexto bem específico, abrangendo os assuntos “básicos” do dia-a-dia adolescente: escola, vida afetiva/sexual, preocupações com moda e beleza..  Os testes também se faziam presentes, as previsões astrológicas e a exploração de figuras públicas, como na capa da Jennifer Aniston.


















Também se pode perceber uma tendência crescente por parte da Capricho de criação de suas próprias personalidades de impacto, como a cantora Manu Gavassi que contou com o apoio da revista para sua publicidade e seu background como integrante da Galera Capricho como forma de identificação com os fãs. Vê-se também o exemplo dos integrantes do Vida de Garoto (Federico Devito, Caíque Nogueira e Dudu Surita) que se tornaram “celebridades” graças a visibilidade ganhada como “colírios Capricho”. Essa publicidade fornecida pela Capricho acabou tendo forte influência no seu conteúdo e também agiu como determinador de público, uma vez que a identificação com a nova linha da revista não era absoluta.
















Apesar de todos os preconceitos de época, imposições sociais e mudanças sofridas pela Capricho em toda a sua trajetória, ela integrou e integra o cenário da vivência adolescente de muitas meninas. Abaixo constam  depoimentos do papel dela para algumas meninas.

" Da Caprinho "da minha época", eu gostava da coluna de micos, que se não me engano chamava King Kong. Os micos do passado eram bem melhores que os de hoje em dia. (Ou talvez eu só fosse mais ingênua)". -  Amanda Almeida, 19

" Eu ADORAVA Capricho! Passei muitas aulas na vida lendo a revista! Uma amiga assinava e deixava pra levar quando juntasse umas 6, no mínimo, porque elas eram muito concorridas haha. A gente sempre juntava e lia em dupla, trio. A seção de sexo sempre fazia sucesso! Mas sempre tive um amorzinho pela coluna do Antonio Prata, na última página". -  Luísa Teixeira, 20

"A capricho de agora é bem menos interessante pra mim, claro, porque eu cresci muito e mudei muito. Mas acho que as meninas de 12, 13,14 anos também vivem uma realidade muito diferente da minha quando eu tinha essa idade. O namoro e o sexo são muito mais presentes. Só uma coisa nao munda: os amores loucos pelas bandas, pelos cantores e pelas músicas grudentas". -  Eduarda Rodrigues, 19

" EU amava Capricho! Eu comprava e ia direto para a última página ler a coluna do Antônio Prata.. depois procurava na revista a coluna da Liliane Prata ( que inclusive, formou na UFMG) e dava gargalhadas dos comentários dos micos com Jerry Dias.Me lembro ate hoje da alegria que eu fiquei quando uma moça da capricho ligou lá para a casa falando que infelizmente eu nao tinha sido selecionada para a Galera, mas como teve muita inscrição legal eles selecionaram algumas pessoas que não foram da para a Galera para participara de um grupo chamado Fraternidade Capricho, e eu era uma dessas pesoas! Confesso que a Capricho foi muito importante para tomara a decisão de fazer comunicação e quando eu tinha tipo 15 anos meu sonho era escrever na revista. Capricho era demais! pena que hoje o conteúdo dela decaiu muito."                   - Larissa Campos, 20

(sobre a seção de sexo) " Parece que retrocedeu sabe, ao invés de abrir mais espaço deu a impressão de que virou tabu." - Patrícia Campos, 19

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